“Bens são as coisas capazes de satisfazer necessidades humanas e disponíveis para tal” (Menger). Existem, assim, bens capazes de satisfazer às necessidades de alimentação: uma torta, uma maçã, por exemplo. Há também bens capazes de satisfazer às necessidades de locomoção, como os automóveis, os aviões, os barcos e o combustível usado por estes meios de transporte. Há bens que satisfazem a necessidade de abrigo contra o mau tempo: a necessidade de proteção contra o frio, etc. São bens que satisfazem carências de ordem material e que se desgastam ou se perdem com a sua utilização, mas que podem ser substituídos ou repostos.

Existem, por outro lado, bens que se referem às necessidades que não são de índole material: a necessidade da memória, por exemplo, que nos traz de volta histórias e vivências passadas, ou a necessidade de apreciação da beleza e da arte. Estes mesmos bens nos servem de referência para que nos identifiquemos como sendo participantes de uma determinada sociedade: somos goianos, capixabas, paraibanos, mato-grossenses, cariocas, enfim, brasileiros. São os chamados bens culturais, dentre os quais podemos citar cidades, monumentos,
obras de arte e objetos que consideramos insubstituíveis e que nos cumpre preservar. São bens porque satisfazem determinadas necessidades e são culturais porque essas necessidades são sociais, ou seja, de caráter coletivo.

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Àqueles que trabalham com mobiliário, na condição de cidadãos e artífices que prezam seu trabalho, compete saber reconhecer, apreciar e preservar esses bens, aplicando técnicas que respeitem sua integridade, no caso de serem necessárias intervenções que visem a sua conservação ou restauração.

Se determinado móvel é considerado uma obra de arte ou bem cultural, qualquer intervenção nele realizada deverá se limitar ao mínimo necessário, visto que consideramos que se trata de um objeto único que não pode ser alterado.

Inclusive seu desgaste natural deverá ser respeitado porque não nos é lícito pretender que uma coisa antiga se torne nova, da mesma maneira que não nos é lícito pretender fabricar coisas antigas.

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