Desde a pré-história, o homem fez questão de registrar, através do desenho, a realidade que percebia ou aquela que desejava. O sentido real de muitos desenhos nos é inalcançável, somente podemos especular se eram produzidos simplesmente por prazer ou com algum propósito mágico.

Posteriormente, os egípcios e gregos nos deixaram verdadeiros retratos de seus costumes, mas é no renascimento, com o descobrimento da perspectiva, que o desenho se desenvolverá definitivamente, permitindo uma representação mais aproximada da realidade.

Desenho técnico marcenaria - desenho, pintura antiga

Pode- se dizer que praticamente todas as ciências, em um momento ou outro, valeram-se do desenho, seja para registrar suas observações ou para antecipar graficamente algo que estava sendo projetado. Aspectos da Física, da Biologia ou da Astronomia tornam-se absolutamente claros através do desenho.

Projeto de cálice época do renascimento Espiral aéreo de Leonardo da Vinci (Precursor do helicóptero)

Na sinalização do trânsito, uma imagem substitui dezenas de palavras e permite que a mensagem seja captada por pessoas que falam diferentes línguas.

Definição do desenho técnico (marcenaria)

O Desenho técnico é um tipo de expressão em duas dimensões que tem por finalidade representar a forma, o tamanho e a posição de máquinas, móveis, edifícios, instalações e outros elementos, de acordo com as necessidades das diversas áreas da Engenharia e Arquitetura. Conforme convenções estabelecidas por normas técnicas, e mediante o uso de traços, números e texto, qualquer objeto existente ou projetado pode ser representado. O uso do desenho permite que possamos simular, em nossa mesa de trabalho, um terreno distante, ou uma peça ainda inexistente. Mediante essa simulação, somos capazes de calcular o melhor uso dos meios que possuímos, de estabelecer proporções adequadas e introduzir modificações e retificações sem desperdício de materiais.

O desenho técnico permite a possibilidade de representar em um papel plano objetos tridimensionais, por isso implica na necessidade de estudar e conhecer suas convenções.

Diversos são os instrumentos usados no desenho técnico: réguas, esquadros, compassos, canetas, lápis e borrachas. Diferentes tipos de papel são também utilizados, sendo que para o desenho técnico usa-se o papel vegetal e o papel manteiga. Este último se presta para os rascunhos iniciais e traços a lápis, já o papel vegetal é mais utilizado para desenhos com nanquim ou tinta china.

Como no trabalho de marcenaria, é utilizado papel manteiga e lápis. Vale a pena apresentar algumas informações a respeito destes materiais.

Breve história do processo de evolução e fabricação do papel

O papel teve vários antecessores até chegar à forma atual de produção. Na antiguidade, os egípcios produziam o papiro, folha parecida com o papel, a partir das folhas de uma grande erva com o mesmo nome, própria das margens alagadiças do rio Nilo, na África, cujas compridas folhas forneciam hastes das quais se obtinha material sobre o qual se escrevia.

Na China, foram desenvolvidos vários processos de fabricação de papel, já no Século I da era cristã, a partir de diferentes fibras, mas sua divulgação na Europa demorou muito tempo para acontecer. Da mesma maneira, no Japão, foi e ainda é difundida a técnica de fabricação de papel, utilizando a planta do arroz como matéria prima.

Na Europa, inicialmente o papel era fabricado com fibras de linho, e posteriormente de algodão sendo portanto extremamente caro.

O cientista francês René Réaumur, em 1719, observando os ninhos das vespas americanas fez a seguinte observação:

“Elas fazem um magnífico papel para seus ninhos mastigando madeira e depois cuspindo, porque é que nós não podemos fazer o mesmo”

Réaumur não chegou a fabricar papel, mas a ideia foi retomada, em 1765, pelo clérigo alemão Jacob Schafer que escreveu um tratado sobre sua fabricação a partir da polpa de madeira.

O papel produzido a partir das fibras de madeira custou muito a adquirir as qualidades de aspecto e durabilidade necessárias, razão pela qual o papel de linho ou algodão continuou sendo utilizado.

Somente na segunda metade do século XIX, os processos químicos de tratamento da polpa, para clareá-la e melhorar o aspecto do produto final, tornaram-se mais eficientes.

História e definição do grafite – lápis, lapiseira

O grafite, material que constituí o núcleo do lápis, foi descoberto na Baviera, em torno do ano de 1400, mas foram os ingleses que, em 1564, iniciaram a fabricação do lápis, que inicialmente se tratava de um pequeno cilindro de grafite, preso entre dois pedaços de madeira com uma ranhura no meio. Este conjunto era atado com barbante e, quando era necessário “apontar” o lápis, o barbante era desatado e o núcleo empurrado levemente para a frente, repetindo a operação cada vez que fosse necessário.

Na atualidade, processos extremamente sofisticados permitem a fabricação de lápis de diversos tipos, fáceis de apontar com canivete ou apontadores. As letras que aparecem nas laterais do lápis indicam o grau de dureza da mina.

Por “H”, do inglês Hard (em português duro), entende-se uma mina dura. Por “B”, do inglês Black(em português negro), entende-se uma mina macia ou preta. Por “HB” entende-se “Hard/Black”- uma mina de dureza média.

A classificação usa os seguintes símbolos, que vão do grafite mais duro ao mais macio: 8H, 7H, 6H, 5H, 4H, 3H, 2H, H, HB, F, B, 2B, 3B, 4B, 5B, 6B, 7B, 8B, 9B. O “F” de dureza média é utilizado para aquele que permite a ponta mais afiada. Na atualidade, está completamente difundido o emprego de lapiseiras ou porta-minas com forma de canetas que permitem o uso do grafite de diferentes diâmetros (0,3mm , 0,5mm, 0,7mm, 0,9mm, 1,2mm, etc) e durezas.