O resultado do projeto de edificações é um conjunto de documentos, incluindo desenhos e texto, que descreve a obra, permitindo a contratação e a execução. Em um sentido amplo, o “projeto” inclui todos os documentos necessários para comunicar a ideia e desenvolver o produto. Por conta da complexidade e da quantidade de informação envolvida, e também pela tradicional fragmentação (existem diversos profissionais envolvidos), em geral o projeto é dividido em especialidades e em documentos gráficos (tais como plantas arquitetônicas, estruturais, hidro-sanitárias, elétricas, lógicas e outras) e documentos escritos (orçamento, memoriais, especificações técnicas, cronograma, contratos e outros). Todos podem estar em formato digital ou em papel.

O projeto é a etapa inicial e uma das mais importantes fases no ciclo de vida de um empreendimento. O projeto de edificações é uma tarefa complexa. Por sua natureza, o projeto pode ser visto como um processo no qual problemas e soluções emergem simultaneamente. Ele requer a identificação e ponderação de diferentes necessidades, requisitos e desejos dos usuários, os quais devem ser adequadamente traduzidos para a linguagem da construção e confrontados com as soluções viáveis (em termos de materiais e técnicas disponíveis, prazos e custos suportáveis), para então serem incorporados ao projeto. As etapas do projeto podem ser sintetizadas como (ver Figura 2):

  • Planejamento e concepção: é a etapa que reúne as informações necessárias à concepção da edificação – inclui o levantamento de dados iniciais, a definição do programa de necessidades e a análise de viabilidade; o programa de necessidades (briefing) consiste na definição/captura dos requisitos do cliente/usuário e em geral é desenvolvido em contatos diretos do arquiteto com o cliente;
  • Estudo Preliminar: é a configuração inicial da solução arquitetônica proposta (partido), considerando os elementos principais do programa de necessidades;
  • Desenvolvimento do projeto:
    • Anteprojeto: é a configuração final da solução proposta, considerando todos os elementos do programa, mas com pouco detalhamento, em escala reduzida;
    • Projeto Básico – reúne os elementos necessários à contratação. Tem algum detalhamento, suficiente para o entendimento da obra; já envolve os projetos elétricos, hidráulicos, estruturais, detalhes de esquadrias, paisagismo, etc.;
      1. Projeto Legal: contém os elementos necessários à aprovação pelos órgãos públicos, gerando licenças para construir e efetuar ligações provisórias dos serviços públicos;
      2. Projetos Complementares: projetos das diversas especialidades, tais como estruturas, instalações hidro-sanitárias, elétricas, telefônicas, paisagismo, fachadas, climatização artificial e outros;
    • Projeto Executivo: contém todos os elementos necessários para a construção, incluindo os projetos complementares.
    • Planejamento físico-financeiro: planejamento visando à execução; pode indicar a necessidade de alterações no projeto, em função de restrições de tempo ou volume de recursos disponíveis.
  • Projeto “como construído” – também conhecido como “as built”, trata-se do projeto realmente executado, com todas as alterações que tenham sido feitas até a finalização da construção.

Documentos de obras: projetos

Em vários momentos deste processo há necessidade de análise econômica, investigando se o processo deve seguir ou não, o que pode ser realizado através de uma das técnicas de orçamento. Como o nível de informação (detalhamento do projeto) é diferente, podem ser empregados diferentes tipos de orçamento.