Um bom planejamento e execução são essenciais para o sucesso da instalação elétrica. Aqui você vai poder tirar dúvidas e ficar por dentro dos principais componentes de uma instalação elétrica. 

O bê a bá de um projeto elétrico

A instalação elétrica é um conjunto formado por fios, cabos e outros acessórios com características coordenadas entre si e essenciais para o funcionamento de um sistema elétrico. Todas as instalações são definidas em um projeto elétrico elaborado por um profissional especializado ainda na planta feita pelo arquiteto. O projeto elétrico determina o porte da instalação, estabelece circuitos e especifica os materiais que serão usados na obra. Também cabe ao projeto definir pontos de luz e eletricidade da edificação a partir de uma avaliação das necessidades de cada ambiente e dos possíveis aparelhos eletrônicos que serão instalados.

Para garantir segurança é importante que o instalador seja capacitado, para não colocar a sua vida e dos futuros ocupantes da edificação. Uma instalação mal feita pode provocar sérios problemas, desde o consumo exagerado de energia elétrica até curto circuitos no sistema, ocasionados pela fuga de corrente. Mas atenção, não basta ter um bom projeto se a instalação não for realizada por profissionais qualificados e não utilizar produtos certificados.

Instalação elétrica: uma importante etapa da obra

A instalação elétrica é uma das etapas mais delicadas da obra e merece atenção especial, tendo em vista que o choque elétrico é uma das principais causas de acidentes graves e fatais em construções. Por isso, a falta de conhecimento coloca em risco não só quem trabalha na obra, mas compromete os futuros ocupantes da edificação. As instalações elétricas devem ser iniciadas na fase de concretagem e se desenvolver durante a pintura, quando são instalados os espelhos das tomadas e os interruptores.

Nesta etapa, é imprescindível utilizar materiais que atendam às normas vigentes do país. Nas embalagens de fios e cabos elétricos, por exemplo há identificação da certificação de conformidade do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), bem como nas tomadas, disjuntores e outros materiais.

Um sistema elétrico bem feito pode durar, em média 20 anos. Mas ao completar 10 anos, já é recomendável realizar uma revisão para verificar o estado dos condutores, soquetes, interruptores e outros materiais usados na instalação.

Disjuntores garantem segurança

O disjuntor funciona como um guarda costas da instalação elétrica, ou seja, deve ser usado como um dispositivo de segurança contra sobrecargas. O disjuntor pode ser unipolar, bipolar ou tripolar, e a sua utilização dependerá das especificações feitas no projeto elétrico. Toda vez que a capacidade dos condutores for ultrapassada, o disjuntor desligará sozinho. É uma espécie de alerta para que o problema seja verificado, sanado e possa ser religado.

Quadro de distribuição

Vale lembrar que o disjuntor é diferente do fusível, que ao indicar que a capacidade dos condutores foi ultrapassada, não poderá ser religado, necessita ser substituído.

Em instalações elétricas, os circuitos são divididos e protegidos por disjuntores, de acordo com a capacidade de cada um. O disjuntor ou fusível protege os condutores contra situações anormais de funcionamento do sistema, portanto não devemos substituí-los sem uma minuciosa avaliação da condições dos condutores dos circuitos.

O valor do disjuntor é sempre expresso em ampêres e deve ser compatível com a capacidade de condução da seção (bitola) do condutor, e ambos dependem da corrente elétrica que circula na instalação.

A substituição de um disjuntor por outro de corrente mais alta requer uma análise do circuito e a possibilidade de troca dos condutores (fios e cabos elétricos) por outros de seção (bitola) maior. Quando o disjuntor desliga um circuito, a causa pode ser uma sobrecarga ou um curto circuito. Fique atento, pois desligamentos frequentes indicam sobrecarga. Por isso, não é recomendado trocar os disjuntores por outros de corrente mais alta sem analisar o circuito.

Dispositivo DR obrigatório

O dispositivo Diferencial Residual (DR) desempenha um papel importante na instalação elétrica, já que é responsável por detectar fugas de corrente elétrica, ocasionadas pelo vazamento de energia dos condutores, por uma falha na isolação ou pela instalação incorreta.

Assim que identifica uma fuga de corrente na instalação, o DR desliga o circuito imediatamente para evitar que uma pessoa seja vítima de um choque elétrico. O dispositivo DR é um interruptor automático que desliga correntes elétricas de pequena intensidade, que, geralmente, o disjuntor comum não consegue detectar, mas podem ser fatais para uma pessoa que tocar o condutor carregado ou algo que se transformou em um condutor acidentalmente devido a uma falha no isolamento, por exemplo.

O DR pode ser utilizado por ponto, por circuito ou por grupo de circuitos e de acordo com a norma NBR 5410 é obrigatório desde 1197, em circuitos que sirvam a pontos, de utilização situados em locais com chuveiro e banheira, nos circuitos que alimentam tomadas localizadas em áreas externas da edificação, nos circuitos que alimentam tomadas internas que possam alimentar equipamentos usados na área externa e também nos circuitos que sirvam a pontos de utilização localizados na cozinha, copa, lavanderia, área de serviço, garagem e outras dependências internas molhadas ou sujeitas a lavagens constantes.

A tabela abaixo ajuda a mostrar quanto é importante acertar na escolha do DR. Para que isso aconteça, a corrente nominal (In) do DR deve ser maior ou igual à corrente do disjuntor do circuito ou geral. Note que o exemplo 40 A é ideal.

Compatibilidade entre dispositivo DR e disjuntor

Corrente nominal (In) do disjuntor Merlin Gerin Corrente nominal do dispositivo DR Merlin Gerin
10A 25A
16A
20A
25A
32A
40A 40A
50A 63A
63A

Por que separar circuitos de iluminação e de força?

De acordo com NBR 5410, com relação às instalações elétricas de baixa tensão, é recomendável separar os circuitos de iluminação e de força em todos os tipos de edificações e aplicações. Existem dois bons motivos para separar os circuitos. O primeiro é que dessa forma um circuito não será afetado pela falha do outro, caso ocorra um defeito em um deles. O segundo motivo é que o motivo é que o fato de separar os circuitos de iluminação e de força auxilia na implementação das medidas de proteção adequadas contra choques elétricos.

Fios e cabos condutores

Um fio é um segmento fino, cilíndrico, flexível e alongado, que deve ser escolhido com muito cuidado em uma instalação elétrica, já que deverá conduzir a corrente elétrica.

A diferença entre um fio e um cabo está na flexibilidade, pois a capacidade de condução de corrente é a mesma. Os fios são mais rígidos, pois são feitos de um único filamento. Já os cabos são compostos por diversos filamentos finos, que proporcionam mais flexibilidade e facilitam a colocação nos eletrodutos (conduíte, usado para passar a fiação).

Mas, quando usar um fio e quando optar por cabos? Em geral, o cabo é mais usado em trechos onde há curvas, por ser bastante maleável. A escolha dos condutores é sempre baseada na aplicação ou preferência do projetista / instalador.

Independentemente da escolha por fios ou cabos, é fundamental optar por produtos que tenham identificações claras como seção, temperatura, tensão de isolamento e número da norma que especifica as características técnicas referidas.

Os materiais condutores mais utilizados são feitos de cobre e revestidos por plástico ou borracha isolante. Sua aplicação como condutor de eletricidade é protegida em eletrodutos e destinada à distribuição de luz, força motriz, aquecimento, sinalização ou campainha.

As seções mínimas recomendadas por norma são de 1,5 mm2 para iluminação e 2,5 mm2 para tomadas de força. Circuitos especiais como o do chuveiro ou da torneira elétrica devem ter a potência do equipamento como parâmetro para a determinação da seção (bitola) do fio.

Os fios que não ficam embutidos nas paredes merecem atenção especial e precisam estar com uma segunda camada plástica protetora, além da isolação.

Cores padrão em circuitos de baixa tensão

Conforme a norma NBR 5410, o instalador deverá seguir as cores padrão para circuitos de baixa tensão.

Cores de fio para instalação elétrica de baixa tensão
O condutor com isolação na cor azul-claro deve ser utilizado como neutro, já o verde-amarelo ou verde é o conhecido fio terro ou proteção. Já o condutor fase pode ser de qualquer cor, exceto as cores estabelecidas para neutro e proteção.

Tipos de cabos elétricos

O cabo elétrico pode ser um condutor isolado (dotado apenas de isolação), unipolar (constituído por um único condutor isolado e provido de cobertura sobre a isolação) e multipolar (constituído por vários condutores isolados e provido de cobertura sobre o conjunto dos condutores isolados). Quanto mais fios, mais flexível o condutor.

Conduítes ou eletrodutos?

Responsáveis pelo trajeto dos fios e dos cabos os conduítes ou eletrodutos fazem as ligações entre todos os pontos de consumo, comando e o quadro de distribuição.

Os conduítes podem ser rígidos ou flexíveis. O seu formato rígido é recomendado para lajes ou outras superfícies concretadas. no entanto, na maior parte das instalações, predominam os conduítes flexíveis.

O ideal é que os conduítes sigam caminhos retos ou que façam curvas abertas. Suas bitolas são calculadas de acordo com a quantidade de fios ou cabos que deverão conduzir.