A patologia é  uma área de engenharia especializada, e em constante crescimento. Diz-se que uma construção apresenta uma patologia quando esta não atende corretamente as funções para qual foi projetada. O estudo das patologias da construção é uma etapa importante que deve ser feita por um profissional técnico e experiente o qual determinará o reparo correto garantindo, assim, a segurança e maior durabilidade do edifício.

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Existe uma metodologia específica para se estudar e resolver uma patologia na construção civil e ela pode ser dividida em três etapas, que veremos a seguir:

  • Levantamento de informações: compreende o levantamento de dados e informações suficientes para o completo entendimento do problema. Normalmente as fontes para essas informações são: a vistoria do local e a identificação dos sintomas, o levantamento do histórico do problema e do edifício, e a execução de ensaios complementares.
  • Diagnóstico: é o entendimento completo do problema, que inclui a identificação das causas e efeitos, e a explicação dos fenômenos ocorridos. O diagnóstico significa conhecer os “porquês” e os “como” do problema.
  • Definição de conduta: significa definir a solução para o problema e os trabalhos que devem ser feitos para isso, incluindo a definição quanto aos meios: materiais, mão-de-obra, equipamentos e tecnologias. Nessa etapa é feito o prognóstico da situação, que é o levantamento de hipóteses relativas à evolução futura do problema, além das alternativas de intervenção, cada uma delas também com sua evolução prevista.

Normalmente o processo é iniciado a partir de uma reclamação do usuário, que procura um profissional para resolver o problema.

O primeiro passo é a vistoria do local, onde são examinados os sintomas, que são as manifestações do problema. Isso é feito através de inspeção direta, eventualmente com apoio de alguns instrumentos específicos. Na inspeção direta são usados essencialmente os sentidos (visão e audição, obviamente), mas também o tato, o olfato e até o paladar (evidentemente sem expor a própria saúde).

Há instrumentos que devem ser levados à vistoria, para servir de apoio à inspeção. Os mais comuns e imprescindíveis, e que você já conhece das outras ocupações, são:

  • Nível d´água (mangueira e nível de mão);
  • Prumo de face e de centro;
  • Régua, metro e trena.

Algumas ferramentas leves, tais como: martelo pequeno (de aço e borracha), picão, talhadeira, espátula, chaves de fenda, etc.

Devem ser levados também instrumentos e equipamentos para registro de dados, como prancheta para anotações e desenhos, e máquina fotográfica.

Os profissionais especializados em patologia levam também outros instrumentos, tais como: higrômetro, termômetro, dilatômetro, entre outros, que servem para medir umidade, temperatura, deformações, etc. e, dependendo do caso, gravadores e filmadoras.

Patologias na construção civil

O importante para o reparador é definir um conjunto mínimo de instrumentos, compatíveis com seu conhecimento e com o problema que será estudado, e que possam ser colocados numa caixa de ferramentas e levada para a vistoria, como a maleta do médico.

Muitas vezes só a vistoria já é suficiente para diagnosticar o problema. Caso isso não ocorra, o passo seguinte é o levantamento do histórico do problema.

Isso é feito através de entrevistas com pessoas envolvidas com o problema e a construção, e de exame de documentos (projeto, especificações técnicas, diário de obras, ensaios de materiais, contratos, notas fiscais, etc).

Exames complementares no diagnóstico das patologias na construção civil

Os exames são necessários quando a vistoria e o histórico não são suficientes para o diagnóstico ou, mesmo sendo, há necessidade de confirmação.

Esses exames podem ser feitos “in loco” (no próprio local) ou em laboratórios.

Os exames feitos no local normalmente envolvem algum tipo de equipamento, que pode ser simples ou complexo.

Um exemplo de exame simples feito no local, muito comum para patologias de revestimentos, é o do “bate-choco”. Consiste em bater com um martelo (normalmente de borracha) a superfície do revestimento. Se a batida do martelo produzir um som “choco” (fofo, não metálico), que tecnicamente designa-se “som cavo”, significa que o revestimento naquele ponto está sem aderência com a parede e poderá se descolar.

Um exemplo de exame mais complexo feito para revestimentos é o de aderência, onde, através de equipamento apropriado, faz-se um arrancamento de uma pequena porção do revestimento, medindo-se a resistência obtida.

Os ensaios de laboratório podem ser os mais diversos, pois dependem do problema. O ensaio de resistência do concreto, por exemplo, é um exemplo desse tipo. É muito comum também, para patologias de revestimentos cerâmicos, a utilização de ensaios para determinar propriedades das cerâmicas, como absorção de água, por exemplo.

Uma vez feito o diagnóstico, faz-se o prognóstico e define-se a solução para o problema. Escolhe-se, entre as alternativas possíveis, aquela que melhor relação custo/benefício apresentar.

A intervenção, ou terapia requerida, normalmente tem tecnologia dominada. Existem situações em que não se dispõe de tecnologia, exigindo pesquisas para desenvolvê-la.

O processo se encerra com a execução dos serviços prescritos.